Esta é uma brincadeira para compreender parte das ideias de
Jean-Paul Sartre, representante do existencialismo que pensou a liberdade como
uma condenação, uma vez que não podemos, em hipótese alguma, agir de maneira
compulsória.
Se alguém tem uma arma apontada para a cabeça e tem que
escolher entre levar um tiro ou apertar um botão que matará todas as crianças
de uma creche, de início pode-se afirmar que essa pessoa, se apertar o botão,
foi coagida. Do ponto de vista sartreano, não.
Ao ter a arma apontada para a cabeça e ter decidido apertar
o botão, a pessoa escolheu a própria vida ao invés da vida das crianças e, não
apertando o botão, tendo sido morto, é porque entendeu que sua vida não
importava mais que a das crianças. Isso é exercer a liberdade.
Diante de condições que não escolhemos (a contingência),
nossa liberdade está baseada em agirmos a partir do que nos acontece, daí o
entendimento de que não importa o que fizeram com você, mas o que você faz a
partir do que te fizeram.
Uma das chaves da liberdade está em perceber as possibilidades
diante de portas aparentemente trancadas.