Com o atentado contra o jornal Charlie Hebdo, voltou para as redes
sociais o uso de palavras-chave como liberdade de expressão, censura,
ditadura e afins. Como estamos no calor dos acontecimentos, fica difícil ver em perspectiva tanto as reações em favor de quem assassinou quanto dos que sofreram os ataques.
Um ponto que se deve considerar é que não há assassinato justificável
ou sequer passível de justificativa, mesmo parcial. Fossem as vítimas de
qualquer grupo, instituição, classe social, vinculação religiosa,
assassinato sempre será condenável.
Chama atenção o fato de que
não se está considerando as atividades anteriores do jornal, que foram
marcadas por muita polêmica. O jornal foi fundado nos anos 1970 e
articulou-se tecendo críticas pautadas no esquerdismo pós maio de 1968.
O Charlie Hebdo ganhou mais projeção publicando charges ofensivas
contra muçulmanas/os a partir do século XXI. Os atentados deste início
de 2015 podem ser vistos como uma "resposta" contra as várias charges
ofensivas ao Islamismo.
Abra o seu coração: imagine você,
religiosa/o ter a divindade em que você crê sendo retratada de maneira
depreciativa? Como você se sentiria? Com raiva? Chateada/o?
MAIS UMA VEZ: Não se está fazendo apologia aos assassinatos acontecidos
na França, mas chamando atenção para um discurso que quer legitimar um
tipo de liberdade de expressão que está assentado no desrespeito ao que
não é parte do hegemônico (judaico-cristão, branco, heteronormativo).
O que se busca aqui é a inserção de elementos para auxiliar no debate fora do que se vê de imediato.
A imagem ao lado pode ajudar a repensar o discurso geral. Se coloque no
lugar de muçulmanos/as e tente compreender como há uma conjuntura que
não favorece nenhum dos lados, mas amplia a mortandade e o desrespeito.
(em tempo: já há discursos usando o atentado como exemplo do que acontecerá se ocorrer a regulação da mídia (!!!) )
pense FORA DA CAIXA
CURTA A PÁGINA E RECEBA AS ATUALIZAÇÕES DIÁRIAS
0 comentários:
Postar um comentário