Das 45 questões, 19 poderiam ser resolvidas com
conhecimentos de Sociologia, o que considero importante por valorizar mais as
aulas dessa disciplina.
A citação de obras de pensadores clássicos, mais uma vez,
levou @ estudante a se aproximar da Filosofia. Maquiavel (comemorando 500 anos
de publicação d’O príncipe) esteve presente, Montesquieu, Kant, Descartes, Marx
e, interessante surpresa, Bentham.
A questão 37 (rosa) merece destaque por abordar a questão da
terra no Brasil a partir de duas visões de representantes de grupos que estão
em lados distintos: o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra e os
representantes do agronegócio. Mais uma vez o ENEM traz o elemento
problematizador da realidade social, uma vez que, ao expor dois
posicionamentos, leva @ estudante a superar as visões dicotômicas e muitas
vezes equivocadas acerca da questão da terra no Brasil e se ater ao
entendimento mais profundo, histórico, sociológico e mesmo filosófico da
questão.
As questões abordaram temáticas contemporâneas, como
movimentos sociais, especificamente os movimentos feminista e LGBTT - e sua
relação com a cidadania. As questões de gênero também estiveram presentes, o
que mostra um olhar sobre a situação social brasileira que corresponde ao
objetivo do ENEM.
Algumas questões suscitaram maior atenção dx fera, como por
exemplo a questão tratando da Morte na idade média e como a vida contemporânea
se relaciona com o fim da vida.
O conteúdo acerca da história cultural dos povos africanos
foi contemplado e uma questão merece ressalva positiva: a que aborda a memória
acerca do continente. Nela foram usadas referências a filmes que tem como ambiente África ou personagens
oriundos desse continente. Essa questão reivindicava que @ estudante
identificasse a representação equivocada que muitas produções veiculam como a
de que não há modernidade ou sequer humanos, caso da produção Rei Leão. Ponto para
o INEP.
Ainda em relação a
história cultural dos povos africanos e sua relação com o Brasil, a questão 42
(rosa), coloca no enunciado que o candomblé é de origem africana. O candomblé
não é de origem africana, mas de matriz cultural africana: não existe candomblé
em África. A diversidade cultural dos africanos trazidos para o Brasil e a
necessidade de cultuar suas divindades levou ao que foi definido como
sincretismo religioso e a criação dessa religião. Mas a questão trouxe a
relação África – Brasil no âmbito cultural, o que é muito positivo.
O uso de imagens nas questões também esteve presente no ENEM
2013, com charges e reprodução de fotografias além de infográficos. Para a área
de História, tivemos as questões (rosa) 19 e 33. A primeira tratando da aquisição
do direito de voto pelas mulheres e como foi a recepção nos lares brasileiros e
a segunda com as representações em pintura e fotografia dos ex-imperadores do
Brasil, D. Pedro I e D. Pedro II, respectivamente.
A república brasileira marcou presença em várias questões,
sendo uma que chama a atenção por, talvez, a possibilidade de gerar
dificuldades por exigir a lembrança de datas específicas para resolvê-la: a
número 28, acerca do bipartidarismo estabelecido pelo presidente Castelo
Branco, após o golpe civil-militar.
A prova, de maneira geral, traçou um caminho entre o médio e
o difícil. Requerendo d@s estudantes atenção para a leitura, a comparação de
pontos de vista e a leitura e análise de imagens.
Agora é só esperar a divulgação do gabarito oficial e as
provas da 2ª fase da UFPE e a prova da UPE.
PENSE FORA DA CAIXA.
Tenha HISTÓRIA NA CABEÇA.
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